Euclides da Cunha

Eu não tenho vocação para a espada, a arma que eu sei manejar é a pena.

Biografia de Euclides da Cunha


Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em 20 de janeiro de 1866, na Fazenda Saudade, no distrito de Santa Rita do Rio Negro, hoje Euclidelândia, em Cantagalo, RJ.

Era filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e Eudóxia Alves Moreira da Cunha.

Sua mãe morreu de tuberculose, deixando-o órfão aos 3 anos, com sua irmã Adélia. Morou com seus tios e se mudou para a Bahia, na casa da avó paterna, onde passou um ano. Aos 13 anos retornou ao Rio de Janeiro, onde estudou em 4 colégios.

No Colégio Aquino, foi aluno de Benjamin Constant, que muito o influenciou. Nesse período escreveu muitas poesias reunidas com o título de “Ondas”.

Aos 19 anos, optou pela Engenharia, cursou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, escola cara que não condizia com as dificuldades da família.

Aos 20 anos, em 1886, entrou para Escola Militar (Praia Vermelha) gratuita, que também lhe daria o título de Engenheiro, reencontrou Benjamin Constant, integrando-se ao Movimento Republicano.

Em uma visita do Ministro da Guerra, Tomás Coelho, à Escola Militar, Euclides atira a arma aos pés do Ministro, como um ato de indisciplina, que o levaria à prisão. Como consequência, teve sua matrícula trancada e foi desligado do Exército. D. Pedro II lhe perdoou, evitando que ele fosse submetido a um Conselho de Guerra.

Em 19 de novembro de 1889, 4 dias após a proclamação da República, Euclides foi reintegrado à Escola Militar.

Casou-se aos 24 anos, no dia 10 de setembro de 1890, com Ana Emília Ribeiro, de 18 anos, filha do general Solon Ribeiro.

Em 1891 concluiu o Curso da Escola Superior de Guerra, saindo com o título de Bacharel em Matemática, Ciências Físicas e Naturais. Em 1892 foi promovido a 1º Tenente.

Aos poucos, Euclides foi se decepcionando com a República. O Marechal Deodoro da Fonseca, proclamador e primeiro presidente, deu um golpe e fechou o Congresso Nacional, provocando a revolta da Marinha. Para evitá-la, Deodoro renunciou. O vice-presidente, Marechal Floriano Peixoto, assumiu o poder em vez de realizar nova eleição presidencial. Reabriu o Congresso que passou a apoiá-lo. A Marinha revoltou-se novamente e Floriano enfrentou-a numa guerra civil que durou meses. Euclides lutou por Floriano, mas se afastou dele quando presenciou violências de seus seguidores. Euclides publicou artigos criticando os florianistas e foi punido com a transferência para a cidade mineira de Campanha, onde foi encarregado de transformar um hospital num quartel...

Desencantado com a República e seus líderes, abandonou a carreira militar e foi efetivado na Superintendência de Obras Públicas do Estado de São Paulo como engenheiro ajudante de 1ª classe no ano de 1896.

Já em 1897, foi convidado por Júlio de Mesquita para ser repórter de guerra em Canudos, no sertão da Bahia.

Em 1898 a ponte metálica em São José do Rio Pardo caiu, emborcou 50 dias após ser inaugurada. Os jornais condenaram a Superintendência de Obras e os engenheiros. Apesar de estar de licença para cobrir a Guerra de Canudos, Euclides, abalado, sentiu-se culpado e veio para São José do Rio Pardo refazer a ponte.

Em 14 de março de 1898, Euclides já estava morando em São José do Rio Pardo junto de sua esposa e dois filhos, Sólon de 6 anos e Euclides Filho (“Quidinho”) de 4 anos. Eles moravam na Rua 13 de Maio, na casa onde hoje fica localizada a Casa de Cultura Euclides da Cunha. E em 1901, na mesma cidade, nasce seu terceiro filho, Manuel Afonso Ribeiro da Cunha.

Juntamente com a supervisão da ponte, Euclides escreveu seu livro “Os Sertões”. E no dia 18 de maio de 1901 a ponte é reinaugurada.

No ano de 1902, é lançada a 1ª edição do livro Os Sertões, de enorme sucesso, que lhe garantiu a eleição imediata para a Academia Brasileira de Letras..

Passou o ano de 1905 na Amazônia, percorrendo o rio Purus até as suas cabeceiras no vizinho Peru, onde planeja escrever o livro “Paraíso Perdido”, esboçado, mas não concluído.

E em 1909, ele presta um concurso de Lógica para o Colégio Nacional (depois D. Pedro II), é nomeado professor, apesar de ter sido o segundo colocado.

Muito doente, com sua situação conjugal em crise, decepcionado com o insucesso escolar de seus filhos, descontente com a situação política do país, Euclides deu o passo fatal em sua vida.

Ainda no ano de 1909, mais especificamente em 15 de agosto, Euclides invade a casa Dilermando de Assis, amante de sua mulher, o atinge com vários tiros, mas é morto por ele com quatro tiros. Em dois julgamentos, pois no primeiro houve empate entre condenação e absolvição, Dilermando foi absolvido no segundo por “legítima defesa”.

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